Usinas do setor sucroenergético entram em nova fase
O levantamento revela que 54% das companhias possuem caixa superior a 1,5x a dívida
O levantamento revela que 54% das companhias possuem caixa superior a 1,5x a dívida - Foto: Pixabay
Mesmo diante de um cenário desafiador para a safra 2025/26, o Itaú BBA conclui que as usinas do setor sucroenergético estão financeiramente mais preparadas para enfrentar oscilações do mercado do que há uma década. Segundo o estudo, que avaliou 48 grupos responsáveis por 53% da moagem do Centro-Sul, o setor chega à safra 2026/27 com índice médio de liquidez de 2,7x, o dobro da safra 2015/16, e alavancagem 51% menor, de 1,8x. Essa solidez reflete avanços em governança, gestão de riscos e acesso a crédito mais competitivo.
O levantamento revela que 54% das companhias possuem caixa superior a 1,5x a dívida de curto prazo, garantindo maior estabilidade e geração de EBITDA. A pesquisa também mostra um movimento consistente de profissionalização e reestruturação: nos últimos seis ciclos, a maioria das usinas migrou para grupos com melhor desempenho financeiro. Hoje, apenas uma das 12 usinas classificadas anteriormente no Grupo D permanece nessa categoria, indicando evolução na gestão do setor.
O estudo aponta que a participação do mercado de capitais na dívida das empresas cresceu de 13% em 2019 para 27% em 2025, enquanto o Itaú BBA ampliou sua fatia de 14% para 20%. Mesmo com a alta do endividamento bancário para R$ 161 por tonelada de cana na safra 2025/26, puxada pela queda do açúcar, juros elevados e novos investimentos, o banco destaca que as operações foram realizadas com prazos longos e foco em expansão sustentável. Para 2026/27, a recomendação é de cautela, com atenção especial à volatilidade dos preços e ao uso estratégico de hedge para proteção de margens e redução de riscos.